PORQUE POUPAR É TÃO DIFÍCIL?

El ahorro

 

A poupança é necessária para estar financeiramente saudável. Mantenha um registo das suas receitas e despesas e tente poupar todos os meses para alcançar a segurança financeira. A poupança é a parte do nosso rendimento que não gastamos. Quanto mais rendimentos tivermos maior será a nossa capacidade de poupar.

Mas para poupar, embora seja óbvio, temos primeiro de decidir fazê-lo. No processo de tomada da decisão de poupar esta determinação passa por diferentes fases:

  • Deve ser desejável 
  • Deve ser viável
  • Deve haver um compromisso
  • Planeamento 
  • Implementação 

Acontece que em algumas destas etapas detemo-nos, e isso acontece normalmente devido à relação que temos com o dinheiro. Por conseguinte, entre as muitas razões que podem existir para nos ser tão difícil poupar, uma delas centra-se nas más decisões que tomamos em matéria de finanças devido ao nosso comportamento. Ao fazer algumas mudanças, o comportamento pode ser alterado, mas para o fazer é primeiro necessário conhecer e identificar-se a si próprio.

RAZÕES PELAS QUAIS TEMOS DIFICULDADE EM SALVAR 

Existem teorias económicas comportamentais que indicam que parte da razão pela qual temos dificuldade em poupar se deve a uma série de preconceitos que são completamente naturais para os seres humanos, que nos fazem acreditar que o momento ideal para poupar será no futuro, nunca no presente. Estes enviesamentos inconscientes criam um fosso entre a intenção e a ação

Seguem-se alguns destes preconceitos cognitivos que influenciam o nosso objetivo de poupar. Conhecê-los é uma grande ajuda na tomada de melhores decisões. Descobrirá que mesmo o aforrador mais disciplinado se identificará em algum momento com um dos seguintes preconceitos.

Propensão para o presente

Todos sabem que a coisa mais razoável a fazer é poupar para o bem-estar futuro e para a paz de espírito. Mas temos uma predisposição para ficar com o “aqui e agora”, com um forte distanciamento emocional do nosso eu futuro, e tendemos a adiar a implementação do nosso propósito de poupar para um objetivo a longo prazo. Uma característica deste preconceito é ser fomentado pelo impulso, procurando gratificação imediata com compras compulsivas em que se acaba por gastar dinheiro que poderia ser utilizado em poupanças.

Propensão para a preguiça ou procrastinação

Por vezes, uma tarefa pendente pode tornar-se, na perceção de uma pessoa, uma tarefa árdua, algo incómodo e pesado que é difícil de realizar. Acaba por ser deixado para outro dia, sem energia e interesse para a levar a cabo. Quando se trata de poupar, todas as ações que têm a ver com este objetivo, por mais simples que seja, são adiadas para um momento melhor. No entanto, esse tempo nunca chega e acabam por ser desperdiçadas oportunidades de começar a tomar medidas com o objetivo de poupar.

Propensão para o optimismo 

Outro preconceito muito comum é ser muito otimista quanto ao futuro e pensar que haverá sempre um momento melhor para poupar no futuro porque as coisas serão melhores, seremos bem sucedidos, ou que não precisaremos de poupar porque não haverá quaisquer dificuldades. Mas o futuro não pode ser previsto e, embora o otimismo seja necessário, combinado com uma pitada de realismo, é sempre importante ter dinheiro poupado para o caso das coisas não correrem como esperado.

Propensão melhor que a média

Em muitos aspetos da vida, quando queremos saber se as coisas estão a correr bem, comparamo-nos com o resto das pessoas que nos rodeiam, conhecidas e não tão próximas. O mesmo se aplica à poupança. Se há alguém próximo de nós que não poupa não sentimos que somos os únicos a ter esse comportamento e, portanto, consideramos que não estamos a fazer nada de mal. Se há pessoas que nos fazem saber que não podem poupar aceitamos novamente que não somos as únicas pessoas nessa situação. Muitos dos nossos comportamentos são sociais e as pessoas à nossa volta determinam os nossos padrões.