ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL: ORIGEM E CAUSAS

La eliminación de la discriminación racial

 

21 de Março é o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Podemos pensar que, com o passar do tempo, a discriminação racial é algo com que já não nos devemos preocupar, porque a sociedade evoluiu positivamente, mas a verdade é que este problema agravou-se nos últimos anos.

Na Convenção Internacional sobre a Eliminação da Discriminação Racial, a discriminação racial foi definida como “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, descendência, ou origem nacional ou étnica, que tenha o objetivo ou efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício, em pé de igualdade, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”.

A Assembleia Geral da ONU observou que todas as doutrinas de superioridade racial escondem teorias cientificamente falsas, condenáveis, socialmente injustas e perigosas. A eliminação da discriminação racial é necessária para que milhões de pessoas que enfrentam problemas diários decorrentes do racismo possam viver com dignidade. Se analisarmos os 30 artigos dos direitos humanos, o direito à igualdade e à não discriminação é explicitamente reconhecido.

ORIGEM DO DIA INTERNACIONAL PARA A ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL

A 21 de Março de 1960 em Sharpeville, África do Sul, a polícia matou 69 pessoas numa manifestação pacífica de protesto contra o apartheid. Este dia é recordado como o Massacre de Sharpeville. Foi em 26 de Outubro de 1966 que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 21 de Março como o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial com o objectivo de exortar a comunidade internacional a eliminar todas as formas de discriminação racial.

O Apartheid era um sistema de segregação racial que foi formalmente estabelecido na África do Sul em 1948 e permaneceu em vigor até 1992. Consistia em criar lugares separados em todas as esferas da vida para diferentes grupos raciais, a fim de preservar o poder da minoria branca, que representava 21% da população e que de outra forma teria perdido a sua posição privilegiada. Este sistema discriminava a população negra e indígena, criando um sistema desigual.

3 CAUSAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL

A eliminação da discriminação racial começa com a compreensão das causas que levaram parte da sociedade a pensar e agir de uma forma tão discriminatória. Conhecê-las é inestimável para se poder agir. Aqui estão as mais comuns:

Medo

Ao longo dos anos tem sido aceite que o medo é a principal causa do racismo. Uma experiência realizada na década de 1940 nos Estados Unidos, chamada Doll test, visava testar o nível de marginalização percebido pelas crianças afro-americanas como resultado da discriminação racial e da segregação. Foi repetido em Itália em 2016 e os resultados mostraram que o medo e o preconceito ainda existem.

De facto, eles também explicam esta causa com a teoria do mero efeito de exposição, levada a cabo pelo psicólogo Robert Zajonc. O estudo conclui que quanto mais conhecemos algo, ou alguém, mais gostamos deles, e vice-versa. A conclusão foi que existe uma ligação muito estreita entre a familiaridade e o nosso julgamento.

Ideologia

Durante muito tempo, ao longo da história, houve diferentes escolas de pensamento baseadas na consideração de que algumas pessoas são melhores do que outras, no tratamento inferior e, em suma, na segregação. São ideologias que não foram erradicadas e que, ainda hoje, estão presentes na educação que é dada em diferentes locais, sendo a casa um deles.

Devido a esta ideologia ainda existem ambientes onde a escravatura é praticada. Acontece, por exemplo, em algumas indústrias em muitos países. Além disso, a ideia de que algumas pessoas são melhores do que outras contribui para a guerra. A eliminação da discriminação racial começa com a educação para a igualdade.

Circunstâncias sócio-económicas

Outra causa de discriminação racial são as circunstâncias sociais e económicas, que têm sido um fator determinante na emergência de comportamentos discriminatórios e injustos. Quando uma pessoa ou grupo de pessoas tem uma situação sócio-económica pobre torna-se vulnerável a interesses, e é estabelecido um ambiente mais propenso à discriminação.

Um exemplo é o nazismo. No final da Primeira Guerra Mundial a Alemanha foi marcada pela desigualdade, pobreza e desemprego. Estima-se que um em cada quatro alemães estavam desempregados. O regime nazi fez propaganda culpando os judeus pelos problemas da Alemanha, e prometeu “pão e trabalho” a todos os que se juntassem ao nazismo. O resultado foi que muitos se uniram no ódio a um suposto inimigo.