O AUMENTO DE TEMPERATURA VAI IMPACTAR AS CIDADES COSTEIRAS DO MUNDO

el aumento de la temperatura y sus consecuencias

Um estudo que simula como a subida do nível do mar, causada pelo aquecimento global, irá afetar 184 locais em todo o mundo veio recentemente à luz. O estudo foi realizado pela Climate Central, em conjunto com investigadores da Universidade de Princeton e do Instituto Potsdam para a Investigação do Impacto Climático. A Climate Central é uma organização independente de cientistas e jornalistas que investiga e reporta factos sobre as alterações climáticas e o seu impacto nos habitantes da Terra.

O estudo indica como as alterações climáticas, devido ao aumento das temperaturas, provocariam a subida do nível do mar, ocupando áreas costeiras atualmente habitadas por 10% da população mundial. Representa mais de 800 milhões de pessoas. Isto significaria que toda esta população perderia as suas casas e seria forçada a deslocar-se para o interior.

O que aconteceria se atingíssemos um aumento da temperatura de 3 graus Celsius?

O artigo de investigação centra-se na representação de dois cenários possíveis, um com um aumento da temperatura de 3 graus Celsius e outro de 1,5 graus. A escolha destas temperaturas não é uma coincidência. A comunidade científica recomenda, e isto foi assinado no Acordo de Paris, limitar o aquecimento global a 1,5ºC. E os 3ºC correspondem aos graus que alcançaríamos com a trajetória atual, se continuarmos ao ritmo em que temos estado.

Nestas imagens interativas podem ver-se todas as simulações propostas pelo estudo. E este mapa de risco permite-nos explorar a subida do nível do mar nas áreas mais ameaçadas pelas inundações costeiras nos próximos anos. A linha de maré alta invadiria a terra e provocaria o desaparecimento de alguns países insulares. O continente mais afetado seria a Ásia, com a China, Índia, Vietname e Indonésia entre os principais países atingidos.

Mas todos os lugares estariam ameaçados, como mostram as imagens. Em Espanha, várias cidades seriam afetadas, tais como Valência. A Plaza España em Sevilha seria inundada. E, sem que fosse necessário chegar aos 3ºC, apenas com 2ºC a água chegaria ao Parc de la Ciutadella em Barcelona.

sevilla

A costa de Manhattan, as ruas de Filadélfia, os aeroportos de Nova Iorque, etc, também sofreriam os efeitos do aumento da temperatura. A Praça da Catedral em Havana (Cuba) ficaria completamente submersa.

cuba

As imagens mostram como a América Latina também seria afectada por esta crise, em lugares como Buenos Aires e Mar del Plata (Argentina), Puerto Vallarta ou Ensenada (México).

buenos aires

Porque é que a temperatura está a subir?

O aquecimento global, tal como o conhecemos hoje, é causado pela ação humana, ou seja, é antropogénico. Devido a atividades como a produção de energia, atividade fabril, transportes, criação de gado, etc, o aquecimento global como o conhecemos hoje em dia é antropogénico. Isto leva a um aumento das emissões de gases com efeito de estufa em todo o mundo, o que tem resultado num aumento das temperaturas globais.

Há décadas que o nível do mar tem vindo a subir constantemente devido aos gases com efeito de estufa na atmosfera, que acumulam calor e aumentam a temperatura. É por esta razão que os pólos estão a derreter. Este gelo derretido aumenta a água nos oceanos, o que provoca a subida do nível médio do mar.

O que podemos fazer?

Segundo vários estudos, para evitar a tragédia temos que reduzir as emissões para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, tal como acordado no Acordo de Paris de 2015. Esta é a única forma de evitar ter de abandonar as cidades costeiras e toda a catástrofe direta que tal evento implicaria, tanto para o ambiente como para os habitantes do planeta, bem como todos os danos colaterais.

Atualmente, as ações dos governos estão longe de limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Segundo a ONU, com os objetivos das políticas assinadas com o Acordo de Paris, estima-se que as emissões aumentarão 16% em 2030 e que a temperatura atingirá os 2,7ºC até ao final deste século. Se alguma coisa resulta claramente do estudo é a corroboração de que as políticas adotadas nesta década serão decisivas para o que vai acontecer nas décadas seguintes.